terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Os Melhores Momentos de O Homem da Rosa - Carlos Costa

 O HOMEM DA ROSA -  CARLOS COSTA

Dizem os físicos modernos que a Natureza não é substantiva, ou seja, ela não tem substância. E nós respondemos: mas tem poesia.
As pétalas são formadas da mesma maneira que se forma a vida e, ao longo da existência, as pétalas vão se soltando, como também acontece na vida.
Talvez a minha rosa não seja a mesma rosa dos poetas, não seja a face corada da mulher amada, nem a beleza formosa da moça. Também não se parece com a peça de latão que encaderna os livros, nem com o mostrador de agulhas de marear. Nada se parece, ainda, com a rosa-dos-ventos a mostrar os trinta e dois raios da circunferência do horizonte.
Minha rosa pode ser tudo e também pode não ser nada. As, verdadeiramente, minha rosa é a vida real, é a busca desesperada de respostas, é a busca do tempo perdido, do tempo esquecido, dos valores esquecidos, do amor esquecido, da dor doída, do tudo, do nada. A flor não é apenas uma rosa estática, soltando para dentro dos leitores. Investiga, sentencia nas nervuras das folhas, na maciez das pétalas, que representa anseios naturais, doutrinando o amor.
Os dias são como o sol: nasce, caminha e morre. E as pessoas só sentem falta do sol quando a chuva bem e elas reclamam que o sol não existe.
Esta flor é alma, a vida. É bela e é frágil. E só é bela porque é frágil. Tudo o que é belo é frágil e precisa de cuidados especiais. É como a Alma. As pessoas não entendem de Alma e por isso não a acham bela. Tudo o que as pessoas não entendem não lhes dão beleza.
Talvez eu a tenha arrancado de uma pedra. As belas flores estão nas paredes, só que os olhos não os vêem porque os olhos não sabem ver aquilo que lhes parece impossível. E, para os olhos, uma flor na pedra não existe. Mas eu lhes afirmo que existe porque eu a encontrei. A pedra de onde eu tirei a minha flor é mais forte que todas as pedras que existem porque é uma pedra que nasce no coração das pessoas que não têm Alma.
Olhe, isso aqui não é simplesmente uma rosa. É a vida. Observe as pétalas da rosa, não são belas? Pois cada pétala dessa que você está vendo é um ano de vida que nós podemos ter. E esses espinhos, você sabe para que servem? É para defende-nos dos problemas da vida. A rosa é bela e frágil, como a vida , e precisa se defender. Se a você tira o espinho da rosa, ela fica indefesa e more. É como se ...nós ficássemos doentes e morrêssemos. Olhe bem aqui no centro da rosa. Está vendo essa última pétala, a bem do centro? Essa é o nosso primeiro ano de vida. Temos que ser protegidos porque somos frágeis. Olhe essa outra pétala aqui no meio. Ela é maior e está meio solta das outras. Essa é quando estamos na adolescência e entendemos a vida como só nossa. É por isso que o adolescente é rebelde. Ele quer se soltar do centro da rosa...
Havia naquela rosa algo mais do que a simples beleza, mas ninguém a entendia melhor do que o homem que a carregava. Talvez houvesse diferença entre a vida e a morte, entre o ontem e o hoje e, talvez, o amanhã; entre a luz e a sombra, enfim, entre a ordem e a desordem.
“O ser humano detém, por herança ou conquista uma gama de atributos e qualidades, cuja maior ou menor presença, desenha-lhe o perfil: a coragem, o vigor, o talento, a riqueza, o prestígio, tudo aquilo, enfim, cuja presença ou ausência faz de um homem alguém amado, estimado ou admirado são fatores que o ser humano procura obter ou desenvolver para destacar-se diante de seus semelhantes”.

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